O Governo de Minas firmou, nesta terça-feira (5/9), um protocolo de intenções para participar da recuperação de uma antiga área de mineração de 260 mil metros quadrados no centro de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), por meio da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Invest Minas). O vice-governador Professor Mateus participou da solenidade de oficialização do termo, firmado com a mineradora AngloGold Ashanti, a construtora Concreto e com apoio da Prefeitura de Nova Lima.
O Nova Vila prevê a valorização do patrimônio histórico-cultural e de ressignificação do uso do espaço, atualmente desativado. Como uma iniciativa inovadora de uso futuro de uma área anteriormente dedicada à mineração, o projeto reunirá centros culturais, espaços de convivência, áreas verdes, comércio, serviços, moradias, entre outros. Haverá, ainda, espaço para a prática de esportes ao ar livre, atividades de educação e economia criativa e também ações voltadas para a inovação na indústria.
“Temos inúmeras minas no estado, algumas dentro de cidades, como é o caso dessa, mas todas elas com algum tipo de problema no momento do fechamento, em que o que sobra é só a cava. E nós temos condições de transformar essas cavas em riqueza novamente para a cidade porque a cidade continua, e esse projeto pode servir de exemplo para dezenas de outros projetos de recuperação de áreas de minas fechadas daqui em diante”, vislumbrou Professor Mateus. “O Governo de Minas segue empenhado no apoio a iniciativas e projetos que contribuam para o desenvolvimento e melhoria da vida dos mineiros”, complementou.
Atualmente, o projeto está em processo de licenciamento nos órgãos de patrimônio e ambientais e tem sido apresentado a representantes da sociedade civil, comunidades, associações e instituições. A expectativa é que o empreendimento gere cerca de 350 empregos temporários diretos e outros 600 indiretos e, ainda, que mais de 260 postos de trabalho sejam criados permanentemente nos três primeiros anos de operação.
Mais melhorias
Outro destaque do projeto é a revitalização de mais de 19,6 mil metros quadrados de estruturas históricas, valorizando o patrimônio, a preservação ambiental e a inovação, com construções criadas para respeitar a história local, e com inspiração no conceito de Museu de Território. O baixo impacto ambiental também é um diferencial, com 25% da área destinada a corredores ecológicos e áreas de preservação da Mata Atlântica e taxas de ocupação das edificações para moradias abaixo do que é permitido no Plano Diretor do município. O projeto ainda conta com a construção de uma nova via de 2 quilômetros de extensão e de uma ciclovia que irá melhorar a mobilidade urbana na área central de Nova Lima.
A partir do Nova Vila, o município também passará a contar com duas alternativas de escoamento da parte baixa da cidade para chegar ao centro.
“Estamos vendo um investimento no centro de Nova Lima, significando o fechamento de uma mina com a entrega de utilidade à população. Essa mina foi fechada há quase 20 anos e, desde então, o que Nova Lima tem é uma área enorme cercada dentro da cidade. E o que vai passar a ter é uma ligação direta da entrada da cidade com o centro”, destacou Professor Mateus, que vê ainda um pioneirismo na empreitada que pode servir de referência para outras regiões mineiras.
Para o prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez, o projeto é desafiador e deve garantir benefícios para a cidade. “Sabemos da importância que essa área tem para Nova Lima, e por isso apostamos em um projeto que, ao mesmo tempo, preserve o patrimônio histórico ali localizado, ofereça uma solução de mobilidade para o trânsito da área central e, ainda, que seja uma área de comércio, serviços e usufruto da população“, disse.
Vistoria
Professor Mateus e Dieguez ainda fizeram uma vistoria na área onde funcionavam as antigas Mina Velha e Mina Grande, ativas entre 1834 e 2003, acompanhados pelo diretor de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti, Othon Maia, e o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, que ressaltou a relevância do projeto para o Estado.
“É inegável a importância econômica da mineração para Minas Gerais. Assim, o fim de um ciclo de atividade minerária precisa devolver para a população áreas revitalizadas do ponto de vista social e ambiental. Acreditamos que essa iniciativa vai materializar esse compromisso”, afirmou Braga.
“O Nova Vila representa um exemplo único de fechamento de mina com geração de valores sustentáveis em Minas Gerais e no Brasil. Ao mesmo tempo que permite um novo uso a uma área industrial desativada, oferece lazer, promove o resgate e preservação da memória, valoriza a cultura, e favorece o desenvolvimento socioeconômico”, concluiu Othon Maia.